A atual edição da revista Roadie Crew traz uma matéria de capa de cinco páginas com o RUSH. No decorrer das entrevistas concedidas por Alex Lifeson e Geddy Lee ao redator Thiago Sarkis, os canadenses revelaram que se sentiam ultrapassados e falaram de como o CD/DVD "Rush In Rio" mudou suas carreiras.
O Rush na década de noventa, realmente mais alternativo e comercial?
Geddy Lee: "O que aconteceu naquela época foi que muitas bandas estavam simplificando suas músicas e produções, e isso nos fez sentir um pouco ultrapassados. A quantidade de elementos que colocávamos nas composições, especialmente no que se refere aos teclados, não parecia combinar com qualquer coisa que era feita na década de noventa. Tentamos, então, afastar estas partes e voltar ao básico de baixo, guitarra, vocais, bateria, e alguns sintetizadores em determinados pontos. Acho que havia certa influência de Rock Alternativo no que realizamos neste tempo que você destacou, porém, não era tão forte para as pessoas falarem tudo o que falaram. 'Test For Echo' foi mais problemático que 'Counterparts'".
A paralisação nas atividades da banda depois de "Test For Echo"
Alex Lifeson: "Foi um período muito difícil. (...) Praticamente voltamos ao ponto zero. (...) Mesmo após o anúncio de Neil (N. do E.: Neil Peart, baterista, quando afirmou estar pronto para retomar as atividades do Rush) e a retomada das atividades do Rush, precisamos de muito tempo para realmente engrenar novamente. Demoramos a escrever e nos sentir prontos com 'Vapor Trails'. No entanto, a partir da turnê daquele disco, só temos crescido. Evoluímos e chegamos a um patamar difícil de ser alcançado. É uma nova vida para nós três. Um ressurgimento".
A importância de "Rush In Rio" para o Rush
Alex Lifeson: "Para você ter uma idéia, quando mixamos o DVD 'Rush In Rio', passamos cerca de uma hora ouvindo apenas o som que havíamos extraído do público. Não acreditávamos naquilo. (...) Nós não fazíamos a menor idéia de que tínhamos tantos fãs no Brasil. Logo que chegamos aí, ficamos absolutamente surpresos. Nosso entusiasmo aumentou significativamente quando iniciamos efetivamente a turnê, subindo aos palcos e nos apresentando para os brasileiros. As platéias foram incríveis. Curtimos demais aqueles shows, especialmente os dois primeiros, já que, até então, tudo era novidade para nós. Depois, acostumamo-nos com a realidade enlouquecedora do Rush no Brasil. É simplesmente anormal escutar multidões como aquelas acompanhando em coro uma instrumental como 'YYZ'".
Alex Lifeson: "Em qualquer lugar do mundo, desde aqueles lançamentos, acompanhamos dois comportamentos recorrentes e praticamente padrões a todos os nossos admiradores: primeiramente, eles se referem ao 'Rush In Rio' como uma virada na relação deles com nossa música e história. Em segundo lugar, quando estamos no palco, observamos que os públicos não repetem somente o que eu, Geddy e Neil fazemos. Na verdade, eles procuram imitar os cantos sacramentados pelos brasileiros. É espetacular. Até nossos shows melhoraram e ganharam outra vida após aquilo".
Na reportagem, publicada na Roadie Crew 116 (setembro de 2008), os músicos do RUSH contam tudo sobre o álbum "Snakes & Arrows" e o ao vivo "Snakes & Arrows Live"; Alex comenta o jogo 'Guitar Hero' e bandas como PORCUPINE TREE e FOO FIGHTERS; Geddy fala pela primeira vez sobre a morte do ex-baterista John Rutsey, além de contar como foi o início de carreira da banda, os trabalhos e as respostas a discos como "Fly By Night", "Caress Of Steel", "2112", "Moving Pictures", "Permanent Waves", "A Farewell To Kings", "Grace Under Pressure" e "Signals", e como eles lidavam (e se concordavam) ao serem comparados a LED ZEPPELIN, THE WHO, CREAM nos anos setenta.
Fonte: Whiplash!